quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Do Candomblé ao Black Power

Eles vêm com a responsabilidade não só de fazer música, mas também de representar o pessoal lá do Maria Goretti, em BH.


O Berimbrown se formou em um projeto sócio-cultural e artístico, que começou em 1991, na periferia de Belo Horizonte. Regidos pelo Mestre Negoativo, o objetivo do projeto era resgatar e preservar a cultura de matriz africana e a busca da cidadania. E deu certo. A banda surgiu efetivamente em 1996.

Quando sobem no palco, a carga da raiz africana se mostra no som da banda. O jeito de tocar os tambores é forte como em um terreiro de candomblé. O berimbau, assim como nas rodas de capoeira, comanda o ritmo em algumas canções. As batidas da baqueta de encontro ao arame entram no jogo. Os metais dão o toque “Black” às músicas lembrando a influência de Gerson King Combo, James Brown, Toni Tornado.

Com milton


Os caras já têm quatro CDs lançados. O primeiro foi o homônimo “Berimbrown”, em 2000. Disco independente, o álbum vendeu 5 mil cópias.
O segundo trabalho veio 2 anos depois. Era o cd “Aglomerado" pela gravadora Obi Music, uma das primeiras a privilegiar o segmento black music.

Neste período os músicos participaram ainda de alguns projetos como o "Rumos Itaú Cultural Música" e do “Telemig celular”, quando se apresentaram no Canecão, no Rio de Janeiro.
No ano de lançamento do “Aglomerado” participaram do DVD Eletrodoméstico, que Daniela Mercury gravou na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador.



O terceiro trabalho intitulado “Irmandade” é um retrato musical de referência ao Século XVIII, destacando aspectos como a Ouro Preto de Aleijadinho e Chico Rei, a Diamantina de Chica da Silva e as cantigas da época nas Gerais.

O último trabalho foi lançado no ano passado e o nome já mostra a carga cultural do disco: “Berimbrown e os Mestres Negros da Música Brasileira”.



O “groove de responsa” da banda tem o reconhecimento de vários representantes da música negra no Brasil. Milton Nascimento, o "Bituca" do Clube da Esquina, junto com Elza Soares já entraram na roda de capoeira do Berimbrown.

Alexandre, ex-integrante do grupo é, atualmente, vocalista do Cidade Negra, substiutindo Toni Garrido.


A visibilidade não mudou a idéia dos integrantes de desenvolver projetos em comunidades carentes. Iniciado em janeiro de 2002, o Kilombola é a continuidade do antigo Bloco Afro Porto de Minas, onde os caras começaram. Sob o comando do Mestre Negoativo o estímulo e dado no sentido de que o regate do passado é um ponto fundamental na construção da identidade dos jovens do morro.


O som do morro é: Berico: Guitarras e Voz;Adriano George: Trompete e Voz;
Mestre Negoativo: Berimbau, Percussão e Voz; Ronilson: Tambor;
Marconi: Tambor e Percussão; DJ A Coisa;Toninho Trombone
Marcinho Monteiro-Guitarra; BomBom – Baixo; Warley - Bateria

Comunidade:
Trama Virtual: http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=52881
Comunidade no Orkut:http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=210308
flicr: http://www.flickr.com/photos/petra-hh/2559944866/

Abraços e até próxima!

Um comentário:

Kirna Nascimento disse...

Legal o post Vagner!
Voce consegue escrever de maneira descontraída, o que prende a atenção de quem está lendo!
Parabéns!
Pena q vc nao comente meu blog...mas eu t amo mesmo assim..rs
Bjnhooo